terça-feira, 15 de março de 2011

Tema 5: A autonomia da escola


            A autonomia da escola é um tema cuja importância mostra-se crescente, refletindo uma tendência mundial encontrada na dinâmica das modernas organizações públicas ou privadas. Sua aceitação implica uma ruptura no modo tradicional de compreender e atuar na realidade. A autonomia impõe um novo padrão de política, planejamento e gestão educacionais, tanto do ponto de vista da escola como dos sistemas de ensino.
            A autonomia, como a liberdade, é um valor inerente ao ser humano: o homem não nasceu para ser escravo ou tutelado, mas para ser livre, autônomo. Como ser social que é, no entanto, sua liberdade e sua autonomia passam a ter relação com a liberdade e autonomia dos outros seres humanos, também livres e também autônomos. A autonomia não é um valor absoluto, fechado em si mesmo, mas um valor que se define numa relação de interação social.
            Entende-se por autonomia da escola “a capacidade de elaboração e realização de um projeto educativo próprio em benefício dos alunos e com a participação de todos os intervenientes no processo educativo”.
            A autonomia da escola é, pois um exercício de democratização de um espaço público: é delegar Ao diretor e aos demais agentes pedagógicos a possibilidade de dar respostas ao cidadão a quem servem, em vez de encaminhá-lo para órgãos centrais distantes onde ele não é conhecido e, muitas vezes, sequer atendido.
            O objetivo da autonomia é a busca da qualidade com equidade enquanto meta e o fortalecimento da escola enquanto meio.
            A autonomia coloca na escola a responsabilidade de prestar contas do que faz ou deixa de fazer sem repassar para outro setor essa tarefa e, ao aproximar escola e famílias, é capaz de permitir uma participação realmente efetiva da comunidade, o que a caracteriza como uma categoria eminentemente democrática.
            A autonomia da escola não deixa de ser autonomia por considerar a existência e a importância das diretrizes básicas de um sistema nacional de educação.
            Assim como a liberdade não deixa de ser liberdade pelas relações interpessoais e sociais que a limitam, a autonomia da escola não deixa de ser autonomia por considerar a existência e a importância das diretrizes básicas de um sistema nacional de educação. A autonomia da escola justifica-se no respeito à diversidade e à riqueza culturais brasileiras, na superação das marcantes desigualdades locais e regionais e na abertura à participação.
            A autonomia dos estabelecimentos de ensino requer como condição indispensável o maior grau de decisão possível sobre dois dos principais insumos necessários à sua organização: dinheiro e pessoal.
            A autonomia tem uma dimensão operacional, ligada à entidade da escola, que pode garantir maior racionalidade interna e externa e, portanto, melhoria da qualidade dos serviços prestados. As racionalidades interna e externa são necessariamente interdependentes. Em outras palavras, se internamente não houver organização, será muito difícil chegar aos objetivos esperados.
            A autonomia, democratizando internamente a escola pública, valoriza o trabalho dos profissionais, realça sua competência técnica e cria condições mais favoráveis ao exercício de seu compromisso social, que é educar.
            A autonomia valoriza os agentes pedagógicos que atuam nas escolas e cobra-lhes, diretamente, o compromisso ético-profissional de servir ao público em matéria de educação.
            A autonomia é a possibilidade e a capacidade da escola elaborar e implementar um projeto político-pedagógico que seja relevante à comunidade e à sociedade a que serve.
            A autonomia não é mera descentralização administrativa, mas uma forma de delegação que se liga à temática da liberdade, da democracia e do pluralismo.
            Com a autonomia, uma escola poderá ter uma estrutura completamente diferenciada de outras, flexibilidade de contratação e alocação de pessoal, uma base financeira que lhe dê condições de agir independentemente e, principalmente, poderá definir seu projeto político-pedagógico.
            A autonomia é outorga e conquista. Não basta outorgar autonomia e investir em infra-estrutura; é preciso que os atos institucionais sejam capazes de exercê-la. A capacidade traduz-se não só em habilitação, como também em habilidades para buscar elaborar e processar informações, desenvolver argumentos, analisar criticamente, negociar, liderar, incentivar a inovação, viabilizar experiências, estar em sintonia com os avanços tecnológicos e as modernas técnicas de gestão. A capacidade refere-se às pessoas responsáveis pela escola: diretor, coordenador/supervisor pedagógico, professor e corpo técnico-administrativo. A defesa da autonomia para a escola coloca em relevo as velhas questões que envolvem recursos humanos dedicados à educação, como urgente reformulação dos cursos de profissionais, melhoria das condições de trabalho, plano de carreira, salários dignos, educação permanente, discussão ética profissional do educador.
            Se a autonomia for outorgada às escolas de maneira tal que elas fiquem abandonadas à própria sorte, a autonomia pode ser antidemocrática e fator de aumento de desigualdades. Essa afirmação coloca em evidência a responsabilidade dos sistemas, ou seja, conceder autonomia não significa livrar-se dos problemas das escolas ou abandoná-las à própria sorte, mas adotar um novo padrão de gestão e relacionamento.
            A autonomia significa que a escola assume uma nova gama de responsabilidades. Assume a responsabilidade de resolver os seus problemas. Para tanto, ela passa a contar com a autonomia administrativa, financeira, pedagógica e jurídica.
            A implantação apressada de novas políticas educacionais, pelo reduzido tempo com que contam os sistemas de ensino para assimilar e colocar em ação mudanças profundas.
            Embora a realidade da escola pública seja ainda bastante complexa, parece possível que a autonomia venha a emergir do interior das próprias escolas por um projeto político-pedagógico assumido por todos, o qual assegure autenticidade a novas propostas.
            As interrogações e dúvidas na formulação de políticas que visam atribuir maior autonomia às escolas evidenciam não só falta de segurança técnica, como incertezas políticas quanto à possibilidade de que a autonomia possa produzir efeitos indesejáveis ou até mesmo opostos aos estabelecidos como meta final, ou seja, um ensino de melhor qualidade, como equidade. Educadores e dirigentes, que conhecem a capacidade de reconcentração de poder nos aparatos públicos em todos os níveis, receiam que as instâncias locais e a própria escola, se forem mais autônomas, tornem-se também, centros de decisões inacessíveis, impermeáveis às necessidades  de aprendizagem de seu aluno e vulneráveis às interferências do autoritarismo e clientelismo político. Eles temem a fragmentação que poderia resultar de um processo sem controle de autonomização das escolas,  onde não estivessem assegurados capacidade de gestão e mecanismos de recuperação da visão de conjunto.

  • Alunas: Aline,Beatriz,Cristiane R.,Dalila,Geisa,Laura,M. do Carmo,Nilza,Raiany Carolina

7 comentários:

  1. Autonomia no planejamento e gestão educacionais é um novo padrão que rompe a maneira tradicional que as instituições de ensino eram submetidas. A autonomia é um valor que se caracteriza pela relação de integração social, logo, a autonomia da escola se da quando é realizado " um projeto educativo própio em beneficio dos alunos com a participação de todos os intervinientes no processo educativo", é uma democratização de um espaço público, em busca de um ensino de qualidade , para tanto faz se necessário a flexibilidade e as parcerias não podendo desprezar o sistema nacional de educação. Portanto entendemos que a escola autonoma assume a responsabilidade de resolver seus problemas tendo autonomia administrativa, financeira, pedagógia e júridica, porem na prática tal não ocorre a contento.
    Adriana, Alessandra Tavares, Cristiane, Luciane, Marileide, Mª Auxiliadora,Michele, Suellen, Valquiria.

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  2. A autonomia da escola

    A autonomia coloca na escola a responsabilidade de prestar contas do que faz ou deixa de fazer sem repassar para outro setor essa tarefa e aproxima escola e famílias,e é capaz de permitir uma participação realmente efetiva da comunidade, o que a caracteriza como democracia. A autonomia, como a liberdade, é um valor inerente ao ser humano. A autonomia significa que a escola assume uma nova responsabilidades de resolver os seus problemas. Ela passa a contar com a autonomia administrativa, financeira, pedagógica e jurídica. Embora a realidade da escola pública seja ainda bastante complexa, parece possível que a autonomia venha a emergir do interior das próprias escolas por um projeto político-pedagógico assumido por todos.


    postado pelas academicas do 5º periodo de pedagogia:waldirene,jessica,karita,ismenia,dayse,elizabete

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  3. A autonomia da escola é um tema cuja importância mostra-se crescente, refletindo uma tendência mundial encontrada na dinâmica das modernas organizações públicas ou privadas. Sua aceitação implica uma ruptura no modo tradicional de compreender e atuar na realidade. A autonomia impõe um novo padrão de política, planejamento e gestão educacionais, tanto do ponto de vista da escola como dos sistemas de ensino.
    Entende-se por autonomia da escola “a capacidade de elaboração e realização de um projeto educativo próprio em benefício dos alunos e com a participação de todos os intervenientes no processo educativo”.
    Adriana, Alessandra Tavares, Cristiane, Luciane, Marileide, Mª Auxiliadora,Michele, Suellen, Valquiria

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. A autonomia da escola está ligada ao processo de construção da democracia, que não se resume em eleições para diretor e autonomia financeira, ela se refere a capacidade de tomar decisões compartilhadas para a resolução de problemas na escola.
    Antes os alunos não eram escutados, hoje já se quebrou essa barreira, uma verdadeira gestão democrática é aquela que escuta os interesses de todos.

    Alunas:
    Lorena Maria e Rayane Lemos 5o período.
    Nilza, Geisa, Beatriz 4o período.

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  6. A autonomia na escola é um tema que gera grandes interrogações, na qual é necessário estudo e reflexão para implantação de uma nova organização pública.
    A conquista dessa autonomia é um exercício que necessita de muita dedicação e compromisso, para excluir uma cultura tradicional, transformando-a num processo de interação. A escola deve estar ciente de seu novo papel, prestando contas de suas ações, cumprindo normas políticas de acordo com suas responsabilidades, na qual os profissionais devem buscar capacitações para elaborarem um projeto eficaz, que amparem as necessidades dos alunos.
    Aluna do 4° Período:
    Carla Juliana Brito da Silva
    Danielle José Alves
    Géssica Carla Souza Lima
    Kássia Maria C. Siqueira
    Polyana de S. Xavier

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  7. A autonomia da escola é uma necessidade da qual agentes pedagógicos precisam para elaborar seus próprios projetos políticos pedagógicos.
    Somente um indivíduo autônomo terá sucesso nas esferas econômica, psicológica, sócio-cultural e/ou política, pois é um indivíduo que interroga, reflete e delibera com liberdade e responsabilidade, ou como diz Castoriadis, "é capaz de uma atividade refletida própria",e não de uma atividade que foi pensada por outro sem a sua participação.E se o corpo pedagógico tiver autonomia, a escola encontrará a sua autonomia.

    O Texto ficou ótimo bastante assunto explicando o tema.

    Acadêmicas: Andressa, Brenda, Diná, Gerciane, geisilene, Wanessa e thamara.

    4° Período pedagogia

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